Festival do Peixe de Esperantina está com peixe salgado
Nas ruas, muito calor humano e ambiental, nas panelas, muito piau e sal.
Pela descrição, podemos dizer que nos referimos à cidade de Esperantina.
Esperantina não é banhada pelo mar para termos, em abundância, peixe de águas salgadas. Mais temos um belo rio, o Longá.
De água doce, boa de banhar e criar.
Durante todo o ano, os esperantinenses têm à sua porta a vasta disponibilidade e acessibilidade de peixes criados em cativeiros dentro e fora do Rio Longá.
Naturalmente o rio que nos banha já não tem tantos animais. O jeito foi passar a criá-los.
Com isso a cidade passa a receber investimentos que a faz tornar-se uma das principais cidades piauienses na criação e distribuição de peixes.
A piscicultura é uma realidade.
Com o desenvolvimento da piscicultura esperantinense, eis que há a 'necessidade' de comemorar os bons resultados econômicos e sociais trazidos pela mesma.
Como é de costume nordestino, nada melhor do que um Festival para, ao mesmo tempo, comemorar e divulgar o sucesso que os alevinos tem nos trazido.
Carne branca, mesmo que em cativeiros não desenvolvam tanto ômega 3, 6 e 9, é uma boa pedida para quem deseja se alimentar adequadamente.
Quando o preço dessa carne é acessível, melhor ainda.
Por outro lado, em uma festa onde o foco principal é salientar a importância dos negócios envolvendo o peixe e a saúde que o mesmo nos traz, é muito contraditório termos, durante os quatro dias de Festa, uma gastronomia muito salgada no valor de seus alimentos.
Enquanto alguns vejam na festa um bom momento de valorizarmos nosso produto e assim agregarmos valor a ele, elevando o valor do produto para no final obtermos mais lucratividade, devo discordar desse ponto de vista.
Discordo porque a festa é não é somente para aqueles com poderes de consumo mais elevado, ou seja, para aqueles que tem dinheiro para pagar pelo prato feito com os inúmeros ingredientes ou mesmo com a melhores técnicas.
A festa é antes de mais nada para os simples produtores/ciadores e suas famílias. Para a 'gente' de nossa cidade.
O padrão econômico esperantinense não está à altura de pagarmos por um esperto de peixe com três pequenos pedaços pelo valor de R$ 5,00 como foi pagos por muitos no ano passado.
Não estou aqui querendo desvalorizar nem o produto muito menos o trabalho de ninguém. Esto aqui querendo dizer que o peixe vendido durante o 1º Festival do Peixe estava muito salgado em seu valor.
Esperamos que nesta segunda edição, que muitos já dizem que é uma tradição (muitos risos nesta hora), o principal produto seja oferecido de acordo com o padrão de consumo, ou seja, que tenha variados pratos com seus respectivos, e justos, preços.
Não queremos que a festa "morra na praia", no cais ou mesmo "pela boca", pelo bolso.
"Posso não concordar com nenhuma palavra que você diz, mas defenderei até a morte o direito de dizê-la", (Voltarie).
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