Esperantinenses estão 'caindo' no trecho
As migrações sempre existiram. E vão continuar existindo.
Estas geralmente foram provocadas por fatores econômicos.
Migração consiste no ato da população deslocar-se espacialmente, ou seja, pode se referir à troca de país, estado, região, município ou até de domicílio. As migrações poder ser desencadeadas por fatores religiosos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos e ambientais.
A migração interna corresponde ao deslocamento de pessoas dentro de um mesmo território, dessa forma pode ser entre regiões, estados e municípios. Tal deslocamento não provoca modificações no número total de habitantes de um país, porém, altera as regiões envolvidas nesse processo.
No Brasil, um dos fatores que exercem maior influência nos fluxos migratórios é o de ordem econômica, uma vez que o modelo de produção capitalista cria espaços privilegiados para instalação de indústrias, forçando indivíduos a se deslocarem de um lugar para outro em busca de melhores condições de vida e à procura de emprego para suprir suas necessidades básicas de sobrevivência.
É sobre este tipo de migração - interna - que este texto se desdobra.
As atividades econômicas brasileiras sempre contribuíram para este tipo de migração. Desde o tempo colonial com as atividades da cana-de-açúcar, pecuária, ouro, borracha e início do café até o período republicando atual com a indústria propriamente dita e parte final dos cafezais.
O êxodo rural - migração do campo para a cidade de forma forçada, é um tipo de migração interna da mesma forma que a migração pendular - migração diária ou semanal de pessoas de uma cidade para outra por conta de trabalho ou estudo.
Dependendo do momento histórico o Estado foi o principal responsável por esta migração. As intenções eram inúmeras, entre elas a de povoamento de uma determinada região, a mão de obra necessária para este desenvolvimento seja nas indústrias ou na agropecuária, etc.
De acordo com o IBGE, 2010, a Região Nordeste foi a única região brasileira a apresentar um saldo positivo de migrantes neste início de século.
Antes região atrativa, agora a região Sudeste não é mais a região a receber mais migrantes internos. Os fatores que explicam isso é a descentralização industrial e o grande custo de vida que esta região é para seus moradores.
E de uns tempo para cá temos percebido um novo termo sendo usado por esperantinenses quanto a esta migração interna - viajar para o trecho. Não é exclusividade de Esperantina, mas aqui gostaríamos de ressaltar o(s) problema(s) e fatores que ainda estimulam esperantinenses a deixarem sua terra natal.
Confesso que não fico contente em ouvir de um pai de família que irá deixar sua família - cair no trecho - para ver se consegue 'alguma coisa na vida' como já ouvi várias vezes.
Menos feliz fico ao ver o desejo de jovens entre 18 e 25 anos de idade, alunos ou ex-alunos, desejando cair no trecho.
Como foi dito no início do texto, um dos fatores que motivam esta garotada (jovens ou adultos) a migrar para outras regiões do país, principalmente Centro Oeste (região atualmente mais atrativa do país) é o econômico.
Por outro lado, fora o fator econômico, podemos enumerar fatores mais sociais.
A educação é um deles. A falta de uma política mais grandiosa que aqui podemos citar não acessos a Instituições de Ensino Superior de forma gratuita, formação técnica mais efetiva e consequentemente a isso frentes de trabalho para acolher estes novos trabalhadores ocasiona esta fuga em massa dessas pessoas, que carrega como característica básica a não formação educacional. Em consequência dessa falta de qualificação profissional, os migrantes do trecho irão absorver apenas trabalhos com pequena remuneração não contribuindo assim para uma sobrevivência a longo prazo quando os mesmo voltarem para suas casas, pois irão, um dia, voltar.
Outro fator social diz respeito quanto as expectativas diretas dos migrantes do trecho no que refere ao esporte. Este está mais voltada para os mais jovens.
Se o Estado tivesse algo mais a oferecer na esfera Esporte muitos jovens deixariam de migrar.
Esporte traz qualidade de vida. Não falo apenas da praticidade direta do esporte. O esporte provoca trabalho, renda, remuneração.
Infelizmente não pessoas vivendo do esporte em Esperantina porque nossa cidade não tem esporte.
E por último, e não só apenas, outro fator social que poderiam fazer com que muitos conterrâneos não deixe seus familiares é Cultura. Esta subdivide em artes como a música, o teatro, etc.
Novamente repito: estas artes gera emprego direto, renda imediata.
Se as pessoas migram é porque tem motivos para migrar. Muitos das vezes migram de forma forçada. Não gostariam de migrar, mas por não ter OPORTUNIDADES, se refugiam no escape do capitalismo.
Enquanto oportunidades não surgirem através das políticas públicas, teremos que nos acostumar que a melhor saída é o trecho.
Fto - revistaaz
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