E o erro da 'enchente' se repete

A natureza não errou.
Dificilmente erra. Apenas dar uma amostra do que realmente o ser humano está fazendo com seu habitat, ou o que não deveria fazer.

As chuvas de Outono são mais fortes em nossa região. Mais do que as de verão, mesmo assim o planejamento urbanístico esperantinense se mostra ao longo de anos ineficiente.

Já falamos aqui que Esperantina é a única cidade a ser banhada em sua zona urbana pelo belíssimo Rio Longá, afluente do Rio Parnaíba.

E por ser banhada em sua zona urbana, o que é feito para evitar "transtornos naturais" como as enchentes?
Nada!

O que é sempre feito, e para os alagados é absolutamente tudo, é amenizar os danos causados depois do ocorrido.

Antes das enchentes nada é feito. 
10 anos se passaram da última grande enchente esperantinense e de lá para cá não foi feito nada para essa paralisação econômica e social ser evitada.

Desmatamentos, criação de açudes praticamente dentro do rio, eliminação da vegetação, processo de urbanização, pecuária e agricultura também praticamente dentro do rio sem um estudo ambiental adequado são alguns exemplos da ação humana que hoje explicam esta nova enchente.

Não podemos deixar de citar que a grande quantidade de chuva também causa esse transtorno.

E as consequências?

Desabrigados. E estes são os menos favorecidos que não tem condições financeiras para fazerem suas residências bem longe das margens do rio.

O Poder público também tem culpa no cartório.

Se a cidade já tivesse um plano diretor direcionado para acabar com as enchentes hoje não estaríamos nesse sufoco novamente.
Nesse plano diretor deveria ter a construção do Saneamento Básico da cidade, a proibição da construção de residências praticamente dentro do rio, além de normas para o uso adequado do solo à margem esquerda do rio, lado de Esperantina, pois assim desmatamentos, queimadas, agricultura, pecuária/piscicultura não seriam praticados tão livremente.
Em consequência disso o rio não sofreria assoreamento, outro fator que ajuda ocasionar essas indesejáveis enchentes.

Por outro lado, existem, pelo menos para alguns, algumas vantagens políticas e financeiras com essas enchentes.

Pelo que dizem, na última enchente a cidade recebeu vários benefícios federais para os alagados. A grande questão é que parece que não foram distribuídos na sua totalidade. Por exemplo, colchões não foram todos entregues. Será verdade isso?

Indo mais adiante quanto a algumas vantagens, o poder público municipal depois de decretar estado de calamidade ou emergência por conta das enchentes o mesmo fica dispensado do processo licitatório para adquirir materiais. E sabemos que até com Licitação há malandragem pública, imagine sem. Não estou afirmando que aqui aconteceu ou está acontecendo, estou apenas dizendo que é possível isso acontecer.

Outra "vantagem" das enchentes se refere aos opositores políticos que aproveitam a mazela de muitos para criticar seus inimigos/rivais políticos que estão no poder.
Acho que isso é jogo baixo. E em Esperantina não falta gente desse naipe nesse momento tão difícil falando muito "água".

E assim vivemos em um país que almeja sair das entranhas capitalistas que nos faz tão pobres como antigamente. Essa pobreza no sentido mais amplo da palavra.

Fto - diariodolonga

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.