Festa do Rateio

dezembro 26, 2023


Coitada da plebe, pobre e tão cheia de necessidade. Até mesmo a necessidade de se sentir gente. E para isso, basta um pouquinho de circo e mais pouco ainda de pão.

Na antiguidade, pelas bandas do norte da Itália, houve um período de transição política onde a República chegou ao fim enquanto dava início ao período do Império - o alto império Romano. 

Como a plebe era a maioria entre a população daquela região, os monarcas precisaram encontrar uma forma de dissimular as necessidades do povão - da plebe.

Tem apaziguamento melhor do que ganhar pouco durante o dia e pequeno circo à noite recheado com pão quente? Não. Aos mortais não.

O entretenimento deve ser constante. Assim, a plebe não se preocupará de onde está vindo as verbas para levantar as lonas do circo muito menos para o trigo do pão.

Nem mesmo os fiscalizadores se preocuparão. Eles fazem é participar da festa. A festa do rateio.

Dar se pouco pela manhã para sobrar um pouquinho para se dar à noite. Em troca, menos opositores para me tirar do trono, aplausos, elogios, fotos e uns montes de votos de confiança, sejam agora ou daqui a 10 meses.

Muitos séculos se passaram da época dos Romanos. A dependência só aumentou, da mesma forma que as fortunas em poucas mãos continuam a dar o norte de quem manda e quem se ilude.

O povo não aprendeu. O circo e o pão continuam a distrair os olhos cegos da dependência. Os palhaços de cores divertidas, impedidos de ter companhias, se comportam de bobos da corte.
E só por falar isso, não irei para inferno, muito menos queimar no fogo das trevas. Prefiro meu paraíso sem migalha 'cala a boca' de 200.

Diferentemente do passado, pelo menos agora temos meios de transparência para sabermos de onde está vindo tantos brindes materiais e imateriais. 

Como já dizia Cazuza: "... não me convidaram para esta festa pobre, que os homens armaram para me convencer, a pagar sem ver..."

Coitada plebe, parabéns por bancar tal festa.

"Posso não concordar com nenhuma palavra que você diz, mas defenderei até a morte o direito de dizê-la" - Voltarie.

Fto - blogdealtaneira

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