Conscientização ou Punição?
Recentemente quando o IBGE divulgou dados socioeconômicos e de saúde pública de nosso país ouvi mais uma vez a bendita frase: "a sociedade precisa de mais conscientização" (Ministro da Saúde).
Conversa fiada, porcaria nenhuma. Não me venham com esta balela. Este negócio de conscientização pode até funcionar nos planejamentos educacionais, de trânsito, mas na realidade não vejo efeito algum. Pelo menos forma que estão querendo implantar.
Quanto mais se fala em conscientização no trânsito mais vejo de menores pilotando motos. Quanto mais se gasta com conscientização, mais jovens e adultos andam sem capacetes. Quanto mais governantes perdem tempo na mídia para falar de conscientização, mais pessoas perdem as vidas por imprudências causadas pela falta de punição vigorosa.
As Leis estão aí, elas existem caso você não saiba. E a você que sabe, porque não a respeita? Respondo: porque sabe que não será punido.
De acordo com os dados do IBGE o estado do Piauí, proporcionalmente à sua população, é o estado brasileiro com a maior quantidade de mortes causadas em motocicletas.
Cadê a Igreja, as ONGs, os vereadores, os gestores municipais, os deputados e o Governador para conscientizar este povo para os mesmos não morrerem? (risos).
Conscientização sem punição efetiva não funciona.
Algumas cidades brasileiras já estão trabalhando a questão psicológica dos maus condutores em 'terapias' grupais. (risos de novo).
É bem verdade que conscientização e punição não devem ser consideradas antagônicas. Defendo que as mesmas devem andar juntas e serem aplicadas de forma sequencial.
A grande questão é que tenho visto uma distorção entre as duas.
Do que adianta o único guarda de trânsito, de uma cidade com quase 40 mil habitantes, sem nenhum semáforo, poucas placas de sinalização e inúmeros buracos e lamaceiros, falar pelas ruas, distribuir panfletos, indicar os devidos caminhos, tentar implantar as normas de trânsito se os usuários de motos ao não respeitarem estas normas não serão punidos pelo menos com penas alternativas que esteja dentro da Lei Orgânica do município? Se nem Lei Orgânica o município não tem, que diga respeito no trânsito.
Não adianta nada. E por isso muitos dos meus colegas, sem conscientização e sem punição, estão perdendo suas vidas a cada amanhecer.
"A partir de hoje, nesta cidade, é proibido andar de moto sem o capacete, quem desrespeitar será multado em R$ 50,00 e a moto apreendida e para a mesma ser liberada pagará mais R$ 50,00, caso seja um menor de idade o preço da liberação da moto sobe para R$ 100,00".
"A partir de hoje, nesta cidade, é proibido andar contra mão, quem for pego andando na contra mão será multado em R$ 25,00 e a moto apreendida e para a moto ser liberada pagará mais R$ 25,00, caso seja menor de idade o preço da liberação da moto sobe para R$ 50,00".
"A partir de hoje, nesta cidade, é proibido menor de idade andar de transporte automotor, caso seja pego o seu responsável será detido e para ser solto a multa será de R$ 500,00 e o transporte apreendido e para este ser liberado pagará mais R$ 500,00".
Duvido se esta minha conscientização fosse praticada de forma rígida se muitos problemas, inclusive as mortes, não fossem drasticamente resolvidos.
Quando pesa no bolso, o homem selvagem que somos sofre, sente, muda.
"Na vida nada é tudo, tudo é pouco e pouco é nada, portanto, vivemos em um ciclo vicioso".
Fto - portalesp.com
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