Poder Público é refém do Poder Privado

outubro 03, 2018

Todos nós somos reféns. Uns mais, outros menos.

Os podres, coitados, mais reféns ainda.
As mulheres, os negros, os homossexuais não deixam de ser.
E os reféns do amor, da felicidades, da esperança?

Países são reféns de outros, culturas, idem.

Esse modelo de vida, criado pelo próprio ser humano, se faz e deixa ser feito para termos sempre a quem obedecer, a que procurar, etc.
Não é natural, é claro, essa dependência, mas é visível a qualquer leigo no que se trata de termos uma visão tridimensional sobre os fatos, as culturas, as crenças de hoje.

E o que falar dessa algema entre poder público e privado que está enraizado na cultura política de nosso Brasil?
E lamentável assistimos os poderes, seja eles econômicos, políticos, religiosos, tecnológicos, serem reféns entre si.

Em Esperantina hoje estar notório esta dependência. Muitos de vocês discordarão desse ponto de vista com a justificativa de que é o capitalismo que está moldando a paisagem geográfica de pontos específicos da cidade ou dela como um todo.

O primeiro ponto dessa algema social é o que esta foto acima nos mostra.

Este poste, esta iluminação pública foi colocada na Rua Luís Gonzaga da Cunha próximo à Rua CEL Silvestre Lopes (centro da cidade).
Nesta primeira rua, onde foi erguido o poste, mora uma cidadã não tão comum para esta análise. Se trata de uma filha de um funcionário aposentado da antiga CEPISA, onde o mesmo trabalhou por muitos anos até mesmo na iluminação pública da cidade, que antes era de responsabilidade da CEPISA. 
Pois bem, esta rua estava escura há décadas. Nunca houve necessidade em iluminá-la para os antigos moradores como para a sociedade em geral.

Agora a necessidade de iluminá-la veio rapidamente. Não levou  sequer em consideração uma das normas da própria ELETROBRAS - que é a distância mínima de um poste para outro -. Toda essa necessidade é por conta de um novo morador da bendita rua. 
O novo morador é tido como o novo milionário da cidade. Só isso: milionário. O mesmo construiu a maior das mansões da cidade e a parte frontal da mansão fica nessa bendita rua. Logo se fez a LUZ.

Outro exemplo dessa algema social podemos observar na rua 04 de Outubro.

Quem conhece a U. E. Umbelino Rebelo localizada na rua 04 de Outubro? Acredito que praticamente toda a cidade conhece essa escola. 
E sabe que por muitos anos a frente da escola sofreu por falta de uma calçada e pelo grande acúmulo de lama.
A falta da calçada e o montante de lama se estendia até a Rua Ádria de Jesus Amorim.

Isso mesmo - estendia.

De acordo com a conjugação verbal isso significa passado.

E sabem porquê? Porque uma certa família rica da cidade passou a construir, também, uma grande mansão nas imediações (ao lado da escola) do entroncamento das duas ruas citadas.
Foi ligeiro que fizeram a calçada da escola e consertaram o calçamento para não ter mais lama.

Coitados dos moradores pobres que viveram a vida toda sem infraestrutura pública mínima que deveria ser ofertada a todos sem distinção social/econômica.

Professor que sou jamais terei riqueza material e por isso é explicado a ELETROBRAS não ter colocado um porte de iluminação pública ao lado da minha humilde residência - mesmo que o porte mais próximo fica a mais de 50 metros - e também explica o porque ainda na rua que moro ainda não há calçamento em paralelepípedo ou mesmo cobertura asfáltica.

Pobre que sou, estou exigindo demais não é mesmo? 

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