Calçamentos: de todas às principais ruas
Quem vai à guerra, vai com uma estratégia de vitória. Vale tudo para sobreviver, para vencer o inimigo.
Na política partidária não difere muito. De inimigo a adversário, de tudo a quase tudo.
E qual seria este discurso? Entre muitos, o que os eleitores querem ouvir. A solução de algum problema social que afeta a população por muito tempo é um deles.
A cidade de Esperantina enfrenta um inimigo crônico: o saneamento básico, em especial a pavimentação - seja em paralelepípedo ou asfáltica.
Cidades do Ceará, em especial as que estão localizadas na Serra da Ibiapaba, não abre um via pública não ao menos ter ou a pavimentação em paralelepípedo ou a asfáltica. É regra.
Em Esperantina, a regra é pavimentar somente depois de 10, 15 ou mesmo 20 anos de uso. A cidade é até considerada feia por falta de vias públicas pavimentadas ou bem zeladas.
E foi este discurso de solução da pavimentação de TODAS AS RUAS que venceu a última eleição. Foi o principal discurso. Não sobressaiu o discurso sobre salários, coronelismo, meio ambiente, gênero, corrupção ou mesmo experiência em gestão.
Saneamento básico foi a tecla principal.
Com essa bandeira a atual gestão vinha se empenhando em cumprir a pavimentação em paralelepípedo em todas as ruas da cidade.
Um vereador, o homem das poesias, chegou a dizer que a cidade já está com 80% das ruas pavimentadas. Sabemos que estamos longe disso. É mais fácil dizer que 80% do "calçamento" feito até aqui é de péssima qualidade.
E mais longe ficaremos a partir de agora. Com 30 meses de nova gestão, eis que o discurso mudou.
Recentemente foi falado naquela rádio da cidade o novo discurso: a gestão irá 'calçar' AS PRINCIPAIS RUAS da cidade, seja com calçamento ou asfalto.
O que houve para, tão cedo, mudar o discurso sobre o saneamento básico tão prometido a dois anos e seis meses?
Poderíamos imaginar:
"uma coisa é falar no palanque, outra é quando estamos dentro"
"os recursos não estão sendo suficientes"
"há muita burocracia"
"a cidade é grande"
"governos passados travou projetos e processos legais".
Todavia, o discurso político sempre se adapta ao momento. Como a faca e o queijo estão nas mãos, e não há risco de derrota à vista, eis que o discurso agora poderá ser:
"já fizemos muito"
"precisamos de mais 4 anos para terminar a pavimentação".
E finalmente a guerra foi vencida sobre os eleitores mais emocionais e menos racionais.
"Posso não concordar com nenhuma palavra que você diz, mas defenderei até a morte o direito de dizê-la" - Voltaire.
Fto - radarsertanejo
É algo a se pensar!
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