Para assistir jogo em estádio, esperantinense precisa ir à outra cidade


A cidade de Esperantina conta com 40.970 habitantes, de acordo com o IBGE no Censo Demográfico do ano de 2022.

A cidade é uma das 15 maiores economias do estado do Piauí.

Desses quase 41 mil habitantes, é bem provável que 86% ainda não sentiram a emoção de assistir a uma partida de futebol - esporte considerado uma paixão nacional - nas dependências de um estádio.

Esta contradição nacional, onde um brasileiro ainda não teve a condição de se deslocar a um estádio para sentir a emoção de torcer pelo seu time, por sua seleção nacional, diz muito sobre a segregação espacial e econômica de um Estado que não é nação. Não é porque é lamentável ter que  sair de sua própria cidade para tamanha emoção.

Poucos esperantinenses de hoje tiveram a sensação de ir ao estádio municipal Pedro Portela durantes as competições locais das décadas de 1980 e 1990.

Mesmo sem a devida estrutura para receber os torcedores esperantinenses e visitantes, o estádio local era atrativo e orgulho de nossa gente.

Hoje, para que esta emoção (assistir a um jogo dentro de um estádio) seja desfrutada pelo esperantinense, só se tiver recursos financeiros ou reputação política para irem a algum estádio da região, como em Batalha, Joaquim Pires, Luzilândia, Morro do Chapéu, Matias Olímpio, Campo Largo, Barras, etc, ou mesmo em praças esportivas mais distantes ou desenvolvidas, como no Maracanã (Rio de Janeiro), Castelão (Fortaleza), Mané Garricha (Brasília), etc.

Estes mais abastados, não sentem a necessidade de desfrutar o esporte na própria 'casa', até porque tem condições para irem, quando querem, às praças esportivas 'alheias'. Portanto, porque irão propiciar este direito esportivo aos mais pobres?

Infelizmente, os torcedores/eleitores mais humildes, sem poder aquisitivo para tais manifestações em verde e amarelo em alguma arquibancada do país, são vistos apenas como responsáveis em delegar tais feitos aos bem nascidos ao depositarem seus votos ganhos com uma jogada de mestre quando o drible da opinião pública é feito em época de aquisição de votos.

Que aprendamos a tocar a bola a quem realmente faz o gol em prol do povão.

Fto - cnns

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