As desigualdades do "Socorro".

Quantos jovens estão neste momento gritado por 'socorro' e ninguém os escutam.
Tantos outros não se manifestam externamente e caminham para a morte sem saber lidar com seus inúmeros problemas.

O que os afligem? Porque tantas frustrações? Independente das respostas devemos, como sociedade, termos um, ou uns, meios (técnicos, médicos, religiosos, sociais, etc) de ajudá-los. 
É verdade que para ajudá-los é necessário saber do(s) problema(s). 

E para isso acontecer os jovens devem se comunicar com aqueles mais próximos dos quais precisam ter um mínimo de conhecimento para que possam estender a mão.

Um grande problema, que não é exclusivo dos jovens, é a hierarquia da ajuda.

Imaginemos duas situações: um pobre e um rico precisando da mesma ajuda para sobreviver de um início de um ataque cardíaco na cidade de Esperantina.

O pobre

O Pobre coitado está em casa sozinho em uma bela noite de lua cheia comendo uma velha e gostosa panelada.
De repente as pontadas no coração aumentam a ponto de começar a passar mal.
O pobre coitado logo se veja na esteira da morte e precisa imediatamente de serviços médicos.
Corre para um simples e humilde celular. 

Eis o primeiro problema: não tem crédito. Recorre a uma ligação a cobrar. Do outro lado um parente também liso (pobre). Este é o segundo problema.
A ligação não dar certo. Agora surge o terceiro problema: ligar para o SAMU, mas não sabe o número, pois é desprovido de conhecimento.
Nesse momento o pobre coitado, já com as dores no peito o sufocando, lembra de ter em sua agenda do celular o telefone do hospital. Quarto problema: liga a cobrar (por uma dádiva o hospital atente) e fala com a não tão 'paciente' Recepcionista.

- alô, é do hospital? fala o pobre coitado
- booooaaaaa noiiiite. Quem fala?, diz a atendente.
- estou passando mal aqui em casa, meu coração vai parar. Preciso de ajuda, continua o quase morto.
- quem é mesmo que fala? Fale devagar. Só um minuto, já já volto a falar com você, diz a atendente.
- pelo amor de Deus, moro aqui na periferia, mande a ambulância, estou tendo um ataque, desabafa o pobre.
- meu senhor não podemos mandar a ambulância. Você precisa ligar para o SAMU, aí sim o SAMU irá trazer você para cá, descreve a recepcionista.
- e qual é o número desse 'diacho' de SAMU?
- é 192.

A luta pela sobrevivência continua. Agora o pobre liga 192. Quase 10 minutos conversando com o atendente do SAMU o pobre consegue fazer o cadastro. Depois de 30 minutos o SAMU chega na casa do pobre.

Agora já iremos para o sexto problema: a casa do pobre está fechada e de acordo com as normas do SAMU não é possível arrombá-la para salvar a vida do coitado que tem o coração quase parado. O jeito é o quase morto se deslocar até a porta e abri-la.
O SAMU o leva para o hospital.

O sétimo problema é que um paciente só pode ser atendido, mesmo estando quase morto, se apresentar o cartão do SUS. O coitado do pobre esqueceu o dele em casa.

Mesmo assim, a atendente faz sua ficha. Eis o oitavo problema: a bendita espera no corredor por um médico que o atenda.

Quando o médico, depois de mais de 30 minutos de espera, recebe o pobre miserável logo o encaminha para Teresina na bendita ambulância. Esse é o novo problema: ambulância precária.

E o décimo e último problema do pobre coitado nesse caso já é a falta de tempo: o coitado morre antes mesmo de chegar na capital. O coração não resistiu, parou.

E um Rico? Eis sua saga de sobrevivência. 

Passa mal em sua belíssima casa ao comer uma salada. O mesmo tem um caríssimo celular. O mesmo tem crédito. Que bom! Não liga para o SAMU, liga diretamente para o Hospital.
A atendente de imediato comunica ao diretor do hospital sobre a situação do paciente. O hospital lhe envia a ambulância e ainda avisa o SAMU para dar suporte. Enquanto isso uma equipe de dois médicos, alguns enfermeiros e tantos outros técnicos já se preparam para receber o rico.

Quando a ambulância chega na casa do Rico encontra a casa fechada. Não há empecilho nisso. Logo a porta frontal vai ao chão.
O rico é levado ao hospital.
Também esqueceu o cartão do SUS, mas aqui não tem problema algum, pois o importante é a vida.
Depois de rapidamente ser atendido pela equipe médica, o rico é levado à capital sob cuidados específicos de médicos na mesma ambulância do pobre, mas agora equipada não somente por pessoas profissionais mais também por qualquer medicamento ou instrumento que possa fazer com que o paciente não perca sua vida durante a viagem.

Antes de sair do hospital em direção à capital, uma outra equipe na capital já está preparada para o receber o rico. 

E assim mais uma vida Rica teve a oportunidade de continuar vivo.
Prestem atenção que nesse último caso não houve problemas, apenas soluções.

Caros amigos, aqui relatei apenas uma desigualdade de sobrevivência da forma mais generalizada possível. 
Não relatei nenhum caso específico.

Fto - judiaqui

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